Por que homens têm mais infartos após os 65 anos? O infarto, uma das principais causas de morte no mundo, ganha ainda mais destaque entre os homens após os 65 anos. Essa fase da vida é marcada por um aumento significativo no risco de eventos cardíacos, especialmente entre o público masculino.
Mas por que isso acontece? A resposta está em uma combinação complexa de fatores biológicos, hormonais, comportamentais e sociais que se acumulam ao longo dos anos.
Homens têm mais infartos após os 65 anos?

À medida que os homens envelhecem, suas artérias passam por um processo natural de desgaste. Esse envelhecimento vascular é potencializado por décadas de hábitos pouco saudáveis e pela menor proteção hormonal em comparação com as mulheres.
Enquanto o estrogênio oferece uma camada extra de proteção às artérias femininas até a menopausa, os homens não contam com esse benefício, o que facilita o acúmulo de placas de gordura nos vasos sanguíneos desde cedo.
A influência dos hormônios e o papel do estrogênio
Uma das explicações mais aceitas para o aumento de infartos em homens idosos é o impacto diferenciado dos hormônios ao longo da vida. O estrogênio, presente nas mulheres até a menopausa, ajuda a manter as artérias mais saudáveis, retardando o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Em contraste, os homens não têm esse nível de proteção hormonal, o que favorece o desenvolvimento gradual de aterosclerose.
Com o passar dos anos, as placas de gordura que se formam nas artérias podem crescer e endurecer, levando à aterosclerose. Quando uma dessas placas se rompe, um coágulo pode se formar, bloqueando a passagem de sangue para o coração e resultando em um infarto agudo do miocárdio.
Em homens acima dos 65 anos, essa combinação de envelhecimento vascular e acúmulo de fatores de risco torna o cenário mais propenso a eventos cardíacos graves.
Fatores de risco acumulados ao longo da vida
Ao analisar os infartos em homens idosos, percebe-se que muitos fatores de risco são conhecidos, mas nem sempre controlados ao longo da vida. Entre os principais, destacam-se o histórico de hipertensão, diabetes, colesterol alto e hábitos de vida pouco saudáveis, como alimentação inadequada e sedentarismo.
Em homens com mais de 65 anos, é comum que vários desses fatores coexistam. Além disso, alguns sintomas leves, como cansaço ou dor no peito esporádica, podem ser atribuídos apenas à idade, o que atrasa a busca por avaliação médica e favorece o aparecimento de infartos mais graves.
O impacto dos hábitos de vida na saúde cardíaca
O padrão de vida adotado desde a juventude tem impacto direto na saúde do coração na velhice. Muitos homens, por questões culturais e de trabalho, passam anos com uma alimentação rica em gordura, sal e ultraprocessados, além de consumo de álcool acima do recomendado e uma rotina com pouco exercício.
Esses hábitos, mantidos por décadas, contribuem para a formação silenciosa de doenças cardiovasculares. Mesmo quando um homem decide mudar o estilo de vida após os 65 anos, parte dos danos já pode estar instalada.
Isso não impede que benefícios sejam alcançados com a mudança de comportamento, mas ajuda a entender por que o infarto após os 65 anos em homens é tão frequente.
Sintomas e a importância do diagnóstico precoce
Os sintomas de infarto podem ser clássicos ou discretos, principalmente em pessoas mais velhas. Em homens com mais de 65 anos, é comum que haja uma combinação de sinais, como dor no peito, falta de ar, suor excessivo e náuseas.
Em idosos, pode ocorrer um quadro chamado de infarto silencioso, com sintomas pouco específicos, como cansaço extremo, desconforto leve no peito ou apenas uma queda do estado geral.
Por isso, qualquer mudança repentina no padrão de saúde de um homem nessa faixa etária merece uma avaliação médica rápida, sobretudo se já houver histórico de doença cardíaca, pressão alta ou diabetes.
Prevenção e acompanhamento médico contínuo
Embora o envelhecimento não possa ser evitado, é possível reduzir a probabilidade de infarto em homens acima de 65 anos com medidas preventivas ao longo da vida e, principalmente, com acompanhamento regular na terceira idade.
Entre as estratégias mais citadas por profissionais de saúde, estão a adoção de uma dieta equilibrada, prática regular de exercícios físicos, controle do estresse e monitoramento constante de fatores de risco, como pressão arterial e níveis de colesterol.
Ao entender por que os homens têm mais infartos após os 65 anos e quais fatores contribuem para isso, torna-se mais fácil reconhecer sinais de alerta e valorizar o acompanhamento médico contínuo.
A combinação entre informação, vigilância e cuidados diários ajuda a diminuir o impacto dos problemas cardíacos nessa fase da vida.
A soma de escolhas passadas, predisposição genética e envelhecimento dos órgãos cria um terreno mais frágil para o coração.













